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Estruturas Políticas (Political Structures), em Waltz

outubro 3, 2008

Esse capítulo (número 5) faz o exame do conceito de estrutura social e, então, define estrutura como um conceito apropriado para política nacional e internacional.

O sistema é composto de uma estrutura e de unidades interagindo. O problema é definir estrutura sem interferência dos atributos e interações das unidades. A definição de estrutura deve deixar de lado as unidades, assim, encontra-se variações de nível das unidades e de nível do sistema.

Estrutura é um conceito usável, quando dá significado fixo e claro àqueles termos vagos e variantes. O arranjo das unidades é uma propriedade do sistema. A estrutura de uma Política doméstica é definida, primeiro, de acordo com o princípio pelo qual ela está ordenada; segundo, pela especificação das funções de unidades formalmente diferenciadas e; terceiro, pela distribuição de capacidades entre essas unidades. Estrutura é uma noção altamente abstrata, porém a definição de estrutura não se abstrai de tudo.

A Estrutura Política produz similaridade no processo e na atuação enquanto a estrutura em questão durar (resistir). Estruturas similares produzem efeitos similares.

No sistema internacional, temos a ausência de governo, o sistema internacional é descentralizado e anárquico. Estrutura é um conceito organizacional, entretanto, a característica proeminente do sistema internacional é a falta de ordem e organização.

A estrutura emerge da coexistência dos Estados. O sistema internacional é gerado espontaneamente e sem que haja intenção. Cada Estado busca sua sobrevivência, e além dela, os objetivos variam desde conquistar o mundo até o simples desejo de ser deixado sozinho. A sobrevivência, contudo, é um pré-requisito para alcançar qualquer objetivo que os Estados possam ter. A sobrevivência é a base para qualquer ação, uma vez que não é garantida.

No sistema internacional não há diferenciação por funções. Os Estados são unidades agindo autonomamente, isso é dizer, que cada Estado é soberano. Nota-se nesse ponto, a similaridade funcional dos Estados. Já as funções sendo similares, não é possível dizer que as capacidades também são. Elas são distintas. Há capacidades, maiores ou menores, de realizar tarefas similares. A estrutura do sistema muda junto com as mudanças de distribuição de capacidades entre as unidades do sistema. Os Estados são diferentemente dispostos de acordo com o poder que têm

A estrutura do sistema político internacional afeta ambas as interações dos Estados e os seus atributos. Deve-se, de acordo com o exposto, distinguir mudanças DO sistema de mudanças NO sistema. Em relação à ordem, o sistema muda se uma ordem toma lugar de outra. Estruturas são definidas pela especificação das funções de unidades distintas e, por último, também são definidas pela distribuição de capacidades existentes entre essas unidades.

 (Theory of International Politics – Waltz)

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Comentários sobre Teorias Reducinistas, em Waltz

outubro 3, 2008

Waltz não começa esse capítulo (de número 2) de maneira outra, senão por apontar as críticas superficiais e a repetição de erros que se faz ao longo dos anos durante o estudo das políticas internacionais. Seu objetivo é demonstrar as possibilidades e limitações de diferentes tipos de teorias.

Teorias de política internacional que têm suas causas concentradas no nível individual ou nacional são REDUCIONISTAS. As que têm as causas concentradas no nível internacional são SISTÊMICAS.

A abordagem reducionista é aquela em que o TODO deve ser conhecido por intermédio do estudo de suas PARTES. As decisões de nível nacional parecem superar em importância e acabam levando à tendência reducionista.

Waltz reafirma que as teorias devem ser analisadas em termos do que elas pretendem explicar. A teoria imperialista afirma que as guerras têm principalmente causas econômicas e a necessidade de investir no exterior leva necessariamente a ondas de imperialismo. Entretanto, Waltz mostra que uma variedade de condições associadas ao imperialismo é suficiente para refutar a teoria. Outro ponto em que a teoria é falha é quando afirma que a causa do imperialismo é o capitalismo, ainda que o capitalismo seja mais novo. Isso não é possível, há aqui um erro cronológico. O capitalismo é mais jovem do que o efeito que produz.

A estimativa dos efeitos do imperialismo em países menos desenvolvidos como congelador do desenvolvimento econômico ou, simplesmente, distorcendo o desenvolvimento de modo desvantajoso também foi refutada por Waltz quando ele mostra que antigos ‘dominados’ se tornaram potências. Para um país sair da pobreza ele necessita da ajuda de países ricos, do contrário, ficará isolado em sua miséria e fraqueza sem chances de superar e mudar essa situação.

A teoria imperialista não serve para descrever a realidade do presente e nem prescreve o futuro. Portanto, examinando esses pontos, vê-se que o reducionismo é inadequado para construir teoria política internacional. As mesmas causas, algumas ocasiões, levam a efeitos distintos, e os mesmos efeitos, às vezes, são provenientes de diferentes causas.

 (Theory of International Politics – Waltz)

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