– A LUTA PELO PODER: A Política do Status Quo
– A LUTA PELO PODER: O Imperialismo
– A LUTA PELO PODER: Política de Prestígio
Caracteriza-se por uma natureza empírica e pragmática, a prova pela qual a Teoria Realista da política internacional deve passar. O propósito é trazer ordem e sentido para uma massa de fenômenos que, sem ela, permaneceriam desconexos e incompreensíveis.
Entre princípios vários, o realismo político acredita que a política é governada por leis objetivas que deitam suas raízes na natureza humana. O principal conceito é que o interesse é definido em termos de poder e que esse princípio constitui uma categoria objetiva que é universalmente válida; é consciente da significação moral da ação política; não considera aspirações morais isoladas como leis morais que controlam o universo. É assim, portanto, que têm uma atitude singular, intelectual e moral, com matérias ligadas à política.
A política do status quo visa a manutenção da distribuição de poder que existe em um determinado momento particular na história. Entretanto, isso não significa que essa política seja necessariamente oposta a qualquer mudança que seja. Pequenos ajustes que deixem intactas as relativas posições de poder são perfeitamente compatíveis. Entende-se que na política de status quo não se pode criar um novo cenário de atuação para os atores, ou seja, é como um filme onde por mais que haja modificações no roteiro, o protagonista continua sendo sempre o mesmo, está claro o seu papel diferenciado daquele realizado pelo coadjuvante.
O termo imperialismo é usado indiscriminadamente a todo tempo, sem levar em consideração outro fato que não seja a visão do usuário do termo. O vocábulo vem perdendo significado e cabe ao analista a restituição da significação eticamente neutra, objetiva e definível. É imperialismo o contraste com a política do status quo. A política externa imperialista visa a demolição do status quo.
Teorias econômicas do imperialismo ocultaram sua verdadeira natureza. A teoria marxista reduz todos os problemas políticos como o reflexo de forças econômicas. Na perspectiva marxista o capitalismo é o pior dos males. A Escola liberal, por sua vez, afirma que a raiz do imperialismo está no excesso de mercadorias e capitais que buscam saída em mercados estrangeiros. A teoria ‘diabólica’, apoiada por pacifistas e marca registrada da propaganda consumista, aponta que os que lucram com a guerra se transformam em ‘vendedores de guerra’, são capitalistas perversos somente interessados no ganho particular. Tais teorias, entretanto, perdem sentido quando se entende que, para os capitalistas, está claro o fato de que a guerra não compensa, pois ela traz consigo uma irracionalidade que é estranha à natureza do capitalismo.
O imperialismo pode sr estimulado por uma guerra vitoriosa, por uma guerra perdida (gerado como uma reação ao imperialismo bem sucedido de outros), ou por fraqueza (o vácuo de poder atrai e daí, caracteriza-se como ameaça potencial à sobrevivência de Estados fracos ou de espaços politicamente vazios).
O imperialismo tem como objetivo o domínio de todo o globo politicamente organizado (império mundial); preponderância de poder estritamente localizada (preponderância local); ou domínio limitado geograficamente (império continental).
Os métodos utilizados podem ser diferenciados entre militar, econômico ou cultural. O fim em si é sempre a derrubada do status quo, isto é, a reversão das relações de poder entre a nação imperialista e suas vitimas em potencial.
Para combater uma política imperialista temos a política de contenção que ergue uma parede como quem diz: “-Somente até aqui e nenhum passo a mais!”; o apaziguamento representa uma forma corrompida de política de acomodação (toma lá, dá cá); e a política de temor, onde a partir de um erro inicial nasce um circulo vicioso: o receio mútuo instiga a adoção de uma corrida armamentista, o receio de um lado alimenta o medo do outro, no fim, tem-se a impressão de que era correta a suposição original por evidência empírica.
A identificação de uma política imperialista é um grande problema. Pode-se supor que há imperialismo onde ele nem existe, e também pode acontecer de uma certa política transformar-se em imperialista. Ainda que se identifique a política imperialista, a modalidade em que se apresenta também necessita ser estipulada para que haja uma contra-política adequada.
Esta claro como é difícil distinguir entre a aparência de uma política externa e sua essência real.
A política de prestígio, em contraste com as atividades de manutenção e aquisição de poder, só muito raramente constitui um fim em si mesma. Sua importância na relação entre as nações é semelhante ao que o prestígio representa nas relações entre os indivíduos
Na luta pela existência e pelo poder, o que os outros pensam sobre nós se torna tão importante quanto o que somos na realidade. O propósito da política de prestígio é convencer outras nações do poder que seu país realmente possui, ou que ele acredita (ou deseja) que as demais nações suponham que ele detém.
Os instrumentos específicos que servem a esse propósito são o cerimonial diplomático e a exibição de força militar. O prestigio (reputação de dispor de poder) é ora empregado como meio de dissuasão, ora como instrumento para a guerra.
A função primária dessa política consiste no poder que tem de influenciar avaliações. Constitui, portanto, um elemento indispensável em uma política exterior que se queira racional. A política de blefe tem êxito a curto-prazo. Ela poder ser usada por necessidade, mas a nação que a usa deve exercitar-se a fim de adequar-se dentro da imagem que divulgou.
Demonstrar ao resto do mundo o poder efetivo que uma nação possui, sem revelá-lo demais ou de menos, é a missão que compete a uma política de prestígio criteriosamente concebida.
Hans Morgenthau diferencia, teoriza e delimita os caminhos que um analista de relações internacionais deve seguir e trilhar. Encontrei nesses textos argumentos fortes e a segurança que outros autores não alcançam com distinta facilidade e clareza.
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